sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Os 7 pecados capitais do investidor


Conheça os principais comportamentos e armadilhas emocionais que podem atrapalhar seus investimentos

Por Caio Moretto

Arrogância
O pecado do excesso de confiança

Peca quem se acha melhor do que os demais, superestimando suas capacidades. Na hora de investir, o excesso de confiança funciona como uma ilusão de imunidade. A bolsa de valores é um mercado de risco para todos, mas o investidor excessivamente confiante muitas vezes cai na armadilha de pensar que é esperto demais para errar na mão. “Quem se considera mais inteligente que os outros acredita estar acima dos riscos”, escreveu o psicólogo israelense Daniel Kahneman, Prêmio Nobel de Economia de 2002. “Perder dinheiro é algo que ocorre com o vizinho, não com ele.”

Como não cair em tentação: adote uma postura humilde, procure ouvir as opiniões de outras pessoas, principalmente das que discordam de você


Luxúria
O pecado da ancoragem

Nessa armadilha psicológica, o investidor se apaixona por um valor aleatório – normalmente um número redondo ou um momento de pico – que passa a servir de referência, mas sem nenhuma base racional. Renata Generoso, analista da corretora Spinelli, explica que isso é comum na bolsa. Um investidor pode comprar uma ação e vê-la cair logo em seguida. “Ele não vende enquanto as cotações não voltarem ao preço de compra, mesmo que tenha um prejuízo significativo”, diz Renata.

Como não cair em tentação: evite estabelecer “números mágicos”. Aqui vale também a regra do amor – quem fica com uma pessoa não lhe dá o devido valor se estiver pensando em outra


Preguiça
O pecado de seguir a manada

Se a grama do vizinho está sempre mais verde, é melhor contratar logo o jardineiro dele, pensa o preguiçoso. O investidor tem uma tendência parecida, prefere seguir a maioria em vez de ter o trabalho de pensar e chegar às próprias conclusões. “As pessoas criam a fantasia de que os outros sabem mais e estão obtendo melhores resultados, então simplesmente imitam o 
comportamento alheio”, diz a psicóloga Vera Rita de Mello Ferreira, 
especialista em finanças comportamentais. 

Como não cair em tentação: participe de fóruns de discussão e procure testar seus argumentos com pessoas que discordam de você


Gula
O pecado da contabilidade mental

Contabilidade mental é um mecanismo que impede o investidor de enxergar o dinheiro como um todo. Como um guloso que devora o almoço, mesmo sabendo que depois haverá uma sobremesa que vale por uma refeição à parte. O mecanismo que o impede de perceber que não há uma divisão entre as calorias é o mesmo que o faz dividir seu dinheiro em gavetas mentais, sem notar que a conta é uma só. Para não gastar o “dinheiro da previdência”, um casal é capaz de comprar uma casa, servindo-se de um financiamento caro. 

Como não cair em tentação: evite separar o dinheiro em gavetas mentais. Avalie seu patrimônio como um todo e deixe de pagar juros


Avareza
O pecado do exagero na busca por segurança

Ela confidencia, em um momento romântico, que quer ter quatro filhos, pelo menos. Em vez de conversar sobre o assunto, ele suspende toda e qualquer atividade sexual. Vista de fora, essa é uma atitude absurda. No entanto, exageros desse tipo permeiam frequentemente as atitudes do investidor. Os psicólogos explicam que as pessoas têm uma propensão a atribuir mais valor às informações novas do que às antigas. Assim, quem não quer correr riscos pode ser levado a tomar uma atitude precipitada, por conta de uma notícia pouco relevante.

Como não cair em tentação: admita que é preciso correr riscos e que, em alguns casos, você não tomará a melhor decisão e pode perder algum dinheiro. “ Quem tem essa tendência deve diversificar seus investimentos”, diz Renata


Vaidade
O pecado do viés de retrospecto

Viés de retrospecto é uma atitude mental de tentar encontrar explicações posteriores para algo que ocorreu de maneira imprevista. Por exemplo, “prever” que haveria uma crise depois que ela ocorreu. Esse pecado, aliás, é cometido frequentemente pela maioria dos economistas. Quando surge uma bolha, uma crise ou quando 
o investidor é vítima de um golpe, sua tendência é acreditar que tudo 
era previsível e os sinais eram claros.

Como não cair em tentação: mais uma vez, tenha humildade. O investidor precisa admitir que errou e que não é capaz de antecipar ou prever tudo o que vai ocorrer


Ira
O pecado do viés de confirmação

O pecado da ira pode ser interpretado como uma necessidade de ter sempre razão. Aplicada às finanças, a lógica de quem se enfurece facilmente quando é contrariado pode causar prejuízos graves. “O investidor só enxerga aquilo que confirma o que já acreditava antes”, diz Vera. Ou seja, as reportagens que confirmam que as ações que ele comprou vão subir de preço são corretas, mas aquelas que trazem notícias ruins sobre a empresa estão erradas, em princípio.

Como não cair em tentação: aprenda a conviver com a incerteza. Quem quer estar 100% certo 100% das vezes nunca fará um bom investimento


                                     







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